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terça-feira, 29 de julho de 2014

Belezas Naturais Comprometidas no Bosque da Água Branca, Município de Piracicaba/SP


Trazemos abaixo um verdadeiro testemunho da degradação ambiental de autoria de nossa querida amiga Fernanda Papa Spada, cientista de alimentos e doutoranda do Programa em Ciência e Tecnologia de Alimentos da ESALQ/USP.
Fernanda é colaboradora e voluntária do Instituto Aimara. Nosso muito obrigado pelo trabalho compartilhado.
 
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Residente no bairro Bosque da Água Branca desde meados a década de 80 e testemunha ocular das transformações deste ecossistema, que sobrevive as mudanças decorrentes da inevitável urbanização, podemos notar que a natureza ainda destaca-se nas margens de avenida de fluxo intenso de pessoas e veículos (Figura 1).
 
FIGURA 1. Área as margens do afluente do Piracicamirim – Piracicaba, SP.  BQ Água Branca – Av. Laudelina C. Castro, início de 2014.
 
 

De beleza exuberante e área de afluentes límpidos, esta foi escolhida pelo poder público como área destinada a abrigar estruturas importantes para o lazer e saúde da população local. Nesta região é possível encontrar: a área de lazer destinada à caminhada e exercícios físicos, na academia ao ar livre, que diariamente é visitada por contingente expressivo da população local, bem como, o posto de atendimento da saúde da família que atende os bairros próximos ao Bosque da Água Branca.
Assim, o nome deste bairro foi inspirado nas belezas naturais que nele residem. Infelizmente no último bimestre seu nome não condiz com sua realidade, pois o leito do rio está recebendo esgoto e com a estiagem o ribeirão tornou-se esgoto a céu aberto, com formação intensa de espuma, a menos de 50 metros do posto de atendimento à saúde da família e da área de lazer (Figura 2).
FIGURA 2. Esgoto a céu aberto (A); Boca de lobo indicando a presença de órgão municipal SEMAE (B) e Posto de atendimento à Saúde da Família (C).
Providências primárias como acionamento da equipe do Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba - SEMAE (protocolos: 2014088229) e empresas parceiras foram procuradas, contudo a primeira ordem de serviço foi extraviada pela equipe do SEMAE, quanto ao segundo processo as informações do próprio SEMAE confirmam o grande volume de dejetos provenientes da rede de esgoto nas águas do ribeirão. Todavia nenhuma medida efetiva foi aplicada, pois o fluxo de esgoto ainda é continuo e o odor intenso nas imediações do ecossistema, no centro da saúde da família e na área verde destinada a prática de atividades físicas.
Atualmente o ambiente é efetivamente valorizado, a população é convidada a vivenciar a beleza natural em comunhão com a urbanização, neste período do ano a estiagem compromete o volume de água disponível, contudo mesmo com os elevados tributos que contemplam as taxas para tratamento de água e esgoto presenciamos esta situação. Como podemos aceitar este fato?
Além de exigir medidas efetivas das autoridades responsáveis este texto alerta que mais moradores devem estar atentos as mudanças deste ecossistema e reivindicar modos de preservação e qualidade de vida para a população local, pois do contrario veremos alguns de nossos vizinhos partindo (Figura 3 e 4).

FIGURA 3. Presença efetiva de aves no leito do ribeirão e seu vôo de partida.
FIGURA 4
 

 

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