A cidade de Fukushima se tornou famosa em março de 2011 quando um terremoto seguido por um tsunami atingiu uma usina nuclear instalada na costa japonesa. As linhas de transmissão de energia que mantinham todo o sistema de refrigeração dos reatores foram cortadas pelo terremoto. As ondas gigantes foram implacáveis, quebrando as barreiras antes consideradas suficientes para evitar o pior, tornando as linhas reservas de emergência para o resfriamento inoperantes.
A população foi evacuada; o solo e a produção agrícola contaminados; e todo o mundo pôs-se a repensar as fontes energéticas nucleares. Não obstante os esforços das autoridades japonesas para minimizar as funestas consequências deste desastre, algumas notícias recentes chamaram a atenção na mídia mundial.
1. Fukushima contabiliza aproximadamente 80 mil refugiados nucleares. E
ntre crianças e idosos, homens e mulheres, todos instalados naquela região, teveram que se deslocar para outras cidades, adaptando-se a novas realidades, buscando novos empregos, impactando social, econômica e politicamente uma das sociedades mais ricas do mundo, conservadora quando se trata de fluxos migratórios, e reservada em sua identidade cultural.
ntre crianças e idosos, homens e mulheres, todos instalados naquela região, teveram que se deslocar para outras cidades, adaptando-se a novas realidades, buscando novos empregos, impactando social, econômica e politicamente uma das sociedades mais ricas do mundo, conservadora quando se trata de fluxos migratórios, e reservada em sua identidade cultural.
2. Em novembro terá início todo um procedimento de limpeza de materiais radiativos que se encontram no interior da usina. Todos são uníssonos em afirmar a necessidade desta operação. Porém, muitos alertam para a possibilidade de uma catástrofe em níveis mundiais, caso algo dê errado. O risco de explosão existe. O professor Ennio Peres da Silva, coordenador do laboratório de hidrogênio, ligado ao Instituto de Física da Unicamp, em entrevista à Folha de São Paulo, relevou esta chance à falha humana - "se tivesse que explodir, já teria acontecido há muito tempo".
3. Pouca importância tem sido dada ao vazamento de radiação no oceano, cuja contaminação não se restringe ao mar, fauna e flora local, mas alcançou proporções catastróficas.
Níveis de contaminação de césio 134 e 137 oriundos de Fukushima foram encontrados em amostras de atum capturadas na costa da Califórnia. Tal fato não afeta apenas o meio ambiente em escala global - não mais local, nem regional - como também a principal fonte de alimentos do mundo: o mar.
Em agosto deste ano (2013), a empresa responsável pela administração da usina (TEPCO) afirmou que 300 toneladas de água contaminada vazaram para o mar. Esta água pode - sim - interagir com o meio ambiente local e afetar seres humanos que tiverem contato com o local, ou que consumirem qualquer alimentos em contato com a água radioativa (peixes, crustáceos, entre outros).
Pesquisas marinhas concluíram que o nível de césio encontrado nos peixes da Califórnia estão, ao menos, 3% (três por cento) acima do normal. A ingestão de césio por humanos pode resultar em danos à estrutura celular, e, consequentemente, causar vômito, náuseas, diarreia, sangramentos, entre outros efeitos. Quando se tem uma exposição por longo período, pode haver perda de consciência, coma, ou até mesmo morte.
O órgão responsável pela segurança alimentar norte-americana (FDA) garantiu que os níveis de "contaminação" são consideráveis normais, não nocivos à saúde humana. No entanto, há perguntas se as informações fornecidas são verdadeiras; e, se forem, se os níveis permanecerão em patamares ditos seguros.