Comemorando o Dia do Meio Ambiente
plantando árvores
Na manhã desta quinta feira, cinco de junho, o Instituto Aimara realizou o
plantio de 46 árvores nativas no Bairro Bosque da Água Branca, em comemoração
ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Plantar
46 árvores não é uma tarefa extremamente complicada, mas também não é das mais
simples. Há muitas empresas e instituições que têm como objetivo beneficiar o
meio ambiente plantando centenas, milhares de árvores. Porém, plantar árvores é
apenas um dos nossos objetivos, não o único.

Com isso e, ao
mesmo tempo, queremos “construir” um “mundo melhor”. Acreditamos que essa
construção não se dá apenas através do plantio de árvores, embora essa seja a
ação mais importante.
A primeira etapa foi analisar os potenciais da área. Ao visitá-la pela primeira
vez para tirar fotos, encontramos algumas pequenas mudas de árvores plantadas
(estavam tutoradas) pela população e fomos informados que a Garça (que habita o
local) tinha voltado. Percebemos, então, que tínhamos acertado na escolha.
Iniciamos o
projeto, com a idéia de que era preciso mais do que apenas plantar árvores, e
sim, melhorar a vida da população. Em tempo de explosão da dengue em nosso
Estado, decidimos que o controle natural de “pragas urbanas” deveria ser um dos
pontos principais a serem abordados no projeto. Optamos, então, por um plantio
de árvores nativas atrativas às aves, para fazer com que elas passem a habitar
o local e fazer esse controle.
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Garça no local do plantio |
A Coruja
Buraqueira e o Carcará (vistos com freqüência no bairro) se alimentam de ratos.
O Quero Quero, o João de Barro e o Sabiá do Campo (será atraído na área) se
alimentam de aranhas, escorpiões e formigas. Os pica paus se alimentam de
cupins e formigas (O Pica Pau do Campo caça aranhas e escorpiões em gramados).
As andorinhas fazem o controle dos insetos voadores (inclusive pernilongos e
mosquito da Dengue), sendo que um único exemplar, segundo o ornitólogo Dalgas
Frisch, se alimenta de 2000 insetos por dia.
Tendo o “esboço” do projeto pronto, a etapa seguinte foi convencer a comunidade local a recuperar a mata ciliar existente. Tarefa não muito difícil devido às justificativas das vantagens do plantio. Contudo, as ruas dos bairros distam apenas 200 metros e apenas algumas árvores foram conservadas, havendo necessidade de conscientizar a comunidade local dos benefícios que a sensação térmica traz com ruas arborizadas. O corte de árvores ocorrido na “Avenida Independência” desestimulou as pessoas a plantarem árvores e aumentou o trabalho da equipe do Projeto “Amigos da Natureza” no convencimento de que valia, e muito, a pena o seu plantio. Refletimos que não bastaria só plantar árvores nativas e atrativas às aves, elas deveriam ser atrativas às pessoas também. Assim, plantarmos árvores frutíferas cujas frutas são muito apreciadas pela população, mas que não são encontradas em varejões, feiras e supermercados.
Contatamos o Viveiro de Mudas da SEDEMA
(Secretaria de Defesa do Meio Ambiente), onde apresentamos o projeto para a
Eng. Agrônoma Clementina , que prontamente colocou as mudas à nossa disposição.
Conforme trazíamos as mudas ao local, a comunidade passou a se interessar pelo
projeto, aderindo à iniciativa e até doaram mudas. Foram
plantados Ipê Rosa, Eritrina Candelabro, Ingá, Paineira Rosa, Jabuticabeira,
Pitangueira Preta, Pitangueira Vermelha, Uvaieira, Grumixameira e Araçá e
Paineiras.
No dia do
plantio, muitas pessoas da comunidade foram ao local para plantar as árvores.
Muitas, inclusive, paravam o carro e deixavam de lado por alguns minutos os
seus afazeres para plantá-las. E a maior de todas as surpresas foi a grande
participação de crianças, que passaram a manhã toda plantando e ajudando os
adultos a plantarem as árvores.
Plantar árvores
é apenas um dos objetivos deste nosso Projeto “Amigos da Natureza”. Não é o
único. Mais importante que plantar árvores é despertar nas pessoas o amor pela natureza, principalmente nas crianças. O projeto continua através de ações que
já estão sendo planejadas. Incentivo “moral” para isso agora nós temos de
sobra.
Antonio Claudio Sturion Junior, Eng. Agrônomo
(ESALQ-USP)
Eneas Xavier de Oliveira Junior, Advogado Ambientalista (UNIMEP)
Ninfa Barreiros Zamprogna, Economista Doméstica (ESALQ-USP)